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Da Barra da Tijuca para o mundo
13/09/2018Gabi Amaral tem 11 anos, é paulistana de nascimento, mas não teve nenhuma dificuldade de se adaptar ao estilo de vida carioca, pelo contrário, ao chegar à Barra da Tijuca, encontrou o cenário ideal para desenvolver o seu talento para as artes. Passou a frequentar escolas de teatro e viu aflorar a vocação musical. Quando o filme Love, Rock & Blues, tiver a pré-estreia em 19 de setembro, ela estará encerrando o primeiro ciclo de uma história de vida digna de um roteiro.
Em São Paulo, onde viveu os primeiros anos da infância, Gabi enfrentou sérios problemas respiratórios que atrapalharam o desenvolvimento dela e chegaram a causar sérios prejuízos na sua vida social. O cenário era desolador para os pais. A menina sofria com as crises de asma e, apesar dos inúmeros tratamentos, os problemas respiratórios se agravavam ano após ano. Aos sete anos veio o período mais crítico e a garota sofreu 3 pneumonias num espaço de seis meses. "Aquele foi mais um inverno muito seco e frio em São Paulo e essa combinação foi terrível para a saúde da Gabi. A médica indicou um caminho que significaria mudar a vida de toda a família", conta Patricia, mãe da menina. A Poluição e as condições climáticas de São Paulo eram um combustível para os problemas da Gabriela. A essa altura, ela não conseguia se alimentar direito e estava abaixo da curva de crescimento e peso normais para a idade. A doença já começava a ser a causa também de problemas comportamentais. Na escola, ela passava os intervalos isolada num canto do pátio porque não podia correr com as outras crianças para evitar as crises. Os pais já estavam desesperados quando veio a recomendação médica para que a Gabi saísse de São Paulo e fosse morar numa cidade mais úmida, no nível do mar. Era uma solução que afetaria a vida de toda a família, mas ninguém hesitou em fazer a mudança. "O meu marido deixou para trás um emprego de mais de 30 anos e nos mudamos para o Rio de Janeiro imediatamente", conta a mãe.
As crises respiratórias, se não desapareceram totalmente, se tornaram mais esparsas e a melhora na saúde foi rápida com ganho de peso e retomada da curva de crescimento. Com mais vigor, a menina passou a se integrar mais com os amiguinhos. E foi na nova escola que descobriu um talento para as artes, primeiro com pintura e desenho, depois nas aulas de teatro até encontrar na música a melhor maneira de se expressar. "Eu sempre gostei de cantar, mas antes eu não conseguia completar as canções por causa da falta de ar. Se eu cantava muito logo ficava cansada", lembra Gabi.
"Desde que eu vim para a Barra as coisas passaram a acontecer muito rápido na minha vida e estou muito feliz com isso (...)"
Vieram os primeiros convites para atuar em musicais. No teatro do São Conrado Fashion Mall, participou do espetáculo "Detona Ralph". Em "Anos 80 - um musical de filho para pai", no teatro Nathália Timberg, a primeira apresentação musical no palco cantando o sucesso “Pop Star”. No teatro dos Grandes atores encenou a peça Salada de Fábulas, como Branca de Neve. Mas foi como a personagem Clarinha da Websérie Love, Rock & Blues que ela se revelou para o público. A interpretação de Trem Bala, de Ana Vilela, valeu a indicação para o prêmio de melhor performance infanto-juvenil da Rio WebFest 2017 e o troféu em conjunto para o melhor elenco de comédia. Gabi Amaral representou o Brasil no Festival de Miami e a web série recebeu indicações para os festivais de São Paulo, Seul, Londres e Hollywood - o "Glow Television & Web Séries".
O sucesso da primeira web série musical produzida no Brasil foi tão surpreendente que despertou o interesse da Atriz Isabel Filardis que decidiu produzir e ser a protagonista de um longa metragem baseado na trama. Love, Rock & Blues, conta a história de um grupo de jovens aspirantes ao sucesso que tem que superar obstáculos pessoais e profissionais até realizar o sonho de conquistar um espaço no mercado musical. Na versão para o cinema, que tem pré-estreia prevista para 19 de setembro, no Teatro Cesgranrio, Isabel vive uma diretora de colégio que vê a oportunidade de retomar a carreira interrompida para criar a filha. Ela contracena com a própria filha, Analu Fillardis, de 17 anos. A direção é de Igor Rodrigues, que também estreia no cinema, e o filme traz ainda a participação especial do cantor Buchecha que lança uma música produzida especialmente para o longa.
Para atriz mirim Gabi Amaral fazer parte do filme representa um degrau a mais numa trajetória que começou como um drama e trilha agora novos caminhos. E antes da pré-estreia na telona, ela ainda encara um novo desafio, no sábado, 15 de setembro. Vai comandar o Palco Kids By Sonori, no Teatro Municipal, de Niterói, ao lado do irmão Antônio Rafael durante o Playing For Change Day - um evento global de música que será realizado simultaneamente, no próximo sábado, em quase 60 países. No Rio, serão 12 palcos que trarão artistas conhecidos junto de músicos anônimos, que costumam cantar em calçadas, no metrô e em outros espaços alternativos da cidade.
Veja a agenda de apresentações AQUI.
"Desde que eu vim para a Barra as coisas passaram a acontecer muito rápido na minha vida e estou muito feliz com isso. Estou ansiosa pela estreia do filme e estou com muita expectativa em relação ao que vai acontecer no palco do Playing For Change Day. É um evento incrível, com um astral incrível, com muita gente bacana, que eu me identifico. Sei que é muito cedo para prever qualquer coisa na minha vida. Mas o que sei é que todo o medo que eu sentia antes de vir para o Rio foi embora. Estou melhor de saúde e mais segura para viver as coisas boas da minha vida", conclui a atriz.
Sobre o Playing For Change Day
Criado pela Fundação Playing For Change, o evento apoia projetos de inclusão pela música em áreas carentes da África, Ásia e América do Sul. No Brasil, a fundação já apoia uma entidade em Curitiba e deve desembarcar no Rio já a partir do ano que vem.
Nos últimos sete anos, milhares de músicos engajaram-se ao movimento dispostos a darem a sua contribuição, a transformarem o mundo tocando o coração das pessoas, transmitindo a ideia da paz, por meio da música. No ano passado, o evento foi realizado, simultaneamente, em 38 países.
No Brasil, o projeto desembarcou, oficialmente, na cidade de Curitiba, no Paraná, mas já aconteceu também em Camboriú – Santa Catarina, em Lavras – Minas Gerais, em São Paulo e em outras cidades.
No Rio de Janeiro já foram realizadas três edições do “Playing For Change Day” com a participação de mais de 50 músicos parceiros.
Como tudo que é bom tem o poder multiplicador o “Playing For Change Day” Rio acontecerá nos dias 14, 15, 16, 17 e 18 de setembro, das 10 às 22 horas, quando inúmeros artistas irão tocar e dançar pela transformação! O objetivo da ação é gerar doações espontâneas a fim de manter a escola “Playing For Change” de Curitiba e expandir o programa de educação musical no Brasil. O evento acontecerá em diversos palcos, bares, centros culturais e casas de espetáculo espalhados pelas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Angra dos Reis.
O objetivo é gerar arrecadação por meio de urnas, colaboração dos comerciantes e ingressos, que serão revertidos de forma integral para a campanha. Toda renda gerada no evento será destinada a cobrir custos de produção e logística, bem como colaborar com a manutenção dos projetos do Instituto “Playing For Change” Brasil. Confira a programação completa por meio do site www.pfcday.org e da agenda cultural do “Play For Change Show”, na 94FM, sábados às 9 horas.
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