Geek e Techie
Escolas apostam na tecnologia para ser diferencial em 2019
18/01/2019Já deveria ser uma redundância relacionar tecnologia com educação, pois se o avanço do século XXI, de um lado, fez com que a tecnologia evoluísse a passos largos, ao ponto de inteligência artificial tornar-se acessível pelo celular e poder ser utilizada dentro das escolas através de plataformas virtuais; por outro lado, a educação caminha a passos lentos para sua total convergência com a tecnologia para preparar as crianças para os novos desafios deste século. Segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), no país apenas 52% dos alunos entre o 5º e 9º ano do ensino fundamental, e do 2º ano do ensino médio em áreas urbanas usam smartphones em atividades escolares como método de aprendizado.
Para o ex-ministro da Educação e doutor em filosofia Renato Janine Ribeiro, o principal problema do relacionamento da tecnologia com a educação no país atualmente é que quem tem mais acesso à tecnologia é quem “está alguns pontos na hierarquia social à frente dos outros. Então a educação no Brasil não tem sido, pelo menos não por enquanto, um fator de redução de desigualdade social. Talvez até aumente a desigualdade, porque quem tem mais acesso às novas tecnologias são as pessoas com mais dinheiro. Para resolver isso tem que aumentar o acesso à tecnologia às pessoas mais pobres e isso vai depender de três fatores: compra do próprio aparelho, ou seja, dar uma maneira dos mais pobres terem acesso ao produto (smartphone ou tablet de qualidade) com o “patrocínio” do Estado; uma rede de banda larga ágil, para garantir acesso de qualidade onde os mais pobres residem ou eventualmente criar programas em que ele possa fazer download e trabalhar ou estudar off-line, que é uma possibilidade limitada porque quando se tem a tecnologia o interessante não é fazer o download pela escola, mas o tempo todo poder acessar uma nova informação; e o repertório cultural que a pessoa tem, em que se deve garantir que os mais pobres tenham acesso à formação e networking, não apenas com pessoas, mas com outras informações também. Feitas estas considerações, a tecnologia é muito boa para melhorar a educação”.
Mas, neste tema, algumas escolas, inclusive particulares, já estão saindo na frente na missão de “tecnologizar” a educação. O IBPI, localizado na Barra da Tijuca, já começa 2019 com diversas opções para os jovens se especializarem antes mesmo de entrarem na universidade, entre matérias eletivas como os “Clubes de Tecnologia”, em que os jovens aprendem sobre games, robótica e programação, ou a “CodeComet”, disciplina de algoritmo e lógica de programação que utiliza duas ferramentas: bitmine e planeta binarium; a proposta do colégio é “permitir que durante o Ensino Médio o aluno possa se familiarizar com conteúdos tecnológicos que possam ser uteis na sua formação profissional. Mesmo no conteúdo curricular normal o Colégio IBPI através da sua Plataforma Online, utiliza um Ambiente Virual de Aprendizagem (AVA), que organiza grupos de alunos em comunidades virtuais”, afirma a professora Lúcia Dieguez, diretora pedagógica do colégio.
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