Plano de Fuga
Parque da Prainha: entre o verde e o mar
21/03/2017No outono, à medida que o ano vai passando, os dias vão ficando gradativamente menores do que as noites, ou seja, passa a amanhecer cada vez mais tarde e a anoitecer cada vez mais cedo. Com isso, as médias de temperatura tendem a seguir uma redução em virtude da menor exposição da superfície aos raios solares. No entanto, no início da estação -- exatamente onde nos encontramos agora --, por ainda estarmos próximos ao final do verão os dias ainda são mais longos e bem ensolarados, mas com temperaturas bem amenas. Estes são os melhores dias para visitar parques naturais e fazer trilhas.
Então, por que não aproveitar e reunir alguns amigos para conhecer o Parque da Prainha? Lá se encontra uma trilha que leva a um dos mirantes mais lindos da cidade, sem que você precise ir tão longe. Essa é a minha primeira dica de lugares cool para visitar no Outono na Barra da Tijuca.
Criado em 2001, em uma área de 147 hectares, o Parque da Prainha é um dos meus lugares favoritos, um marco na preservação da região que une Prainha a Grumari. A área de proteção ambiental é conhecida pela harmonia entre o verde e o mar, que transforma a paisagem em uma das mais bonitas da cidade.
O parque é recoberto por diferentes formações vegetais típicas da Mata Atlântica, além de vegetação de costão rochoso. Abriga fauna e flora muito diversificadas, incluindo espécies ameaçadas de extinção. O espaço também conta com um centro de visitantes e um moderno sistema de produção de energia renovável gerada por luz solar.
Se o dia estiver bem ensolarado, vale dar um mergulho na Prainha, que fica em frente ao parque e depois pegar a trilha que leva ao Mirante do Caeté. (...)
O Mirante do Caeté
Situado no Morro do Caeté (em Tupi, mata virgem), este belo mirante mostra um pouco da beleza natural do litoral carioca. Em seu cume, é possível avistar a Pedra do Pontal, a Praia da Macumba, o Recreio dos Bandeirantes, a Barra da Tijuca, além da Pedra da Gávea e boa parte da Floresta da Tijuca ao fundo.
A trilha de aproximadamente 30 minutos é bem marcada e considerada leve, indicada para todas as idades.
Um pouco da história do parque
A Prainha é uma área cercada por encostas íngremes onde está localizado o Parque Estadual da Pedra Branca. Em 1989, com o apoio dos surfistas, que divulgaram a existência de um projeto para a construção de um condomínio residencial e hoteleiro, foram iniciadas manifestações a favor da preservação da região, o que motivou a criação da Área de Proteção Ambiental da Prainha, com cerca de 166 ha. No início dos anos 90, foram feitas negociações entre a Prefeitura do Rio e os proprietários da área, a fim de viabilizar a implantação de um Parque Público, garantindo a preservação do local. Somente em 1999 foi concluído o processo de transferência da área para o Município, criando-se assim o Parque Natural Municipal da Prainha.
Em 15 de setembro de 2001, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente inaugurou o Parque Municipal Ecológico da Prainha como mais um espaço de lazer e de aprendizado ambiental para a população.
Fauna
O Parque da prainha possui uma grande biodiversidade, onde é possível encontrar aproximadamente 250 espécies vegetais, entre elas, espécies ameaçadas de extinção, como algumas orquídeas, bromélias, pau-brasil, pau-ferro, entre outras. Quanto aos animais, existe uma variedade enorme de espécies, tendo como destaque o bicho preguiça (Bradypus variegatus), o tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), o jabuti de cabeça vermelha (Geochelone carbonaria) e a tartaruga verde (Chelonia mydas), ameaçados de extinção. Sendo este último o animal símbolo do Parque e frequentemente visto pelos banhistas.
Informações sobre ecossistemas sensíveis
O Parque Natural Municipal da Prainha está incluído integralmente na região da Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Atlântica, notadamente representada pela sua formação submontana (10 a 500 metros acima do nível do mar), com áreas de formações pioneiras marinhas (restingas), entremeada por áreas de refúgios vegetacionais (campos e vegetação rupestre) nos costões rochosos e nas porções mais íngremes do Parque.
Programa Bandeira Azul
A Prainha foi indicada e selecionada como Praia Piloto do Programa Bandeira Azul, com o objetivo de obter o selo internacional de qualidade ambiental.
A Bandeira Azul é um selo ambiental dada as comunidades que fazem um esforço especial para gerenciar seus ambientes aquáticos, costeiros e interiores com respeito ao ambiente e a natureza local.
Foto Ramon Farias
Para obter a Bandeira Azul, a comunidade e o poder público devem cumprir critérios em relação à qualidade da água e da costa, educação e informação ambiental, segurança, serviços e infraestrutura para os banhistas.
Este esforço da comunidade local garante que você e sua família visitem ambientes limpos e seguros em locais de banho qualificados, conscientizando a todos sobre a importância da preservação e educação ambiental e do turismo sustentável.
A Bandeira Azul é concedida pela FEE (Foundation for Environmental Education), organização não governamental internacional e pelo IAR (Instituto Ambiental Ratones) no Brasil.
Características técnicas
MIRANTE DO CAETÉS
- Tempo médio de caminhada: 35 min (ida)
- Extensão: 800 metros
- Atitude máxima: 150 metros
- Grau de dificuldade: leve
- Horário de visitação: 8h às 17h (até às 18h no verão)
- Camping: não é permitido acampar
- Taxa de entrada: gratuita
Como chegar
O acesso ao parque pode ser feito pelos dois lados da orla. O mais popular é passando pela praia do Recreio dos Bandeirantes, seguindo a orla até a entrada do parque. A outra forma é passando pela serrinha do Grumari, ideal para quem parte da Barra de Guaratiba ou Ilha de Guaratiba, e regiões próximas. Vale lembrar que não existe transporte público para a região, mas você pode chegar de ônibus até o Recreio e seguir caminhando, o que não deve ser nenhum problema para quem é trilheiro.
Dicas essenciais
- O estacionamento fica fora do Parque, onde é cobrado um valor pelos flanelinhas do local. É aconselhável chegar cedo para conseguir vaga, principalmente no verão, quando as praias do Rio costumam lotar e o limite de carros para essa região é controlada. Não pare em qualquer lugar, senão seu carro correrá o risco de ser rebocado;
- Ao descer a trilha, vale aproveitar para dar um mergulho na praia. O parque oferece uma ducha de água doce se você preferir;
- Se você quiser almoçar após a trilha, na região existem alguns restaurantes. Se preferir lanchar, na Praia do Pontal existem algumas lanchonetes e padarias com valores mais em conta.
- Não existe transporte público até a entrada do parque. Se você preferir não caminhar do Recreio até lá, uma alternativa pode ser o táxi;
- No mirante você encontrará um cercado de madeira e uma área ao redor que pode ser aproveitada para fazer piquenique, combine com seus amigos.
Fontes: Visit.Rio | Trilhando Montanhas | Fotos: Divulgação
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